Indústria de laticínios é conquista do MST, afirma presidenta da Copran

 

Por Mayrá Lima
Da Página do MST

 

 

A presidenta Dilma Rousseff fez um longo percurso na visita ao assentamento Dorcelina Folador, passando pelo centro de melhoramento genético e criação dos novilhos a pasto, pela agroindústria de produção e empacotamento de leite, queijos e iogurtes, pelas casas construídas no programa Minha Casa Minha Vida, na tarde desta segunda-feira (4/2).

 

Por Mayrá Lima
Da Página do MST

 

 

A presidenta Dilma Rousseff fez um longo percurso na visita ao assentamento Dorcelina Folador, passando pelo centro de melhoramento genético e criação dos novilhos a pasto, pela agroindústria de produção e empacotamento de leite, queijos e iogurtes, pelas casas construídas no programa Minha Casa Minha Vida, na tarde desta segunda-feira (4/2).

“Essa agroindústria é uma referência”, disse Dilma aos trabalhadores da linha da produção do leite, durante a visita.

A presidente viajou para Arapongas para a inauguração da estrutura da agroindústria da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa, a Copran. Com os equipamentos sediados no assentamento Dorcelina Folador, 4.000 famílias de um raio de 150 km são beneficiadas na produção e comercialização de leite e seus derivados.

“A indústria de laticínios é uma conquista grande, fruto de anos de luta do MST no Paraná. Essa luta começou desde o acampamento, na obtenção da terra, e agora temos a agroindústria”, afirma Dirlete Dellazeri, presidenta da Copran e integrante do assentamento Dorcelina Folador.

“É muito significativo, por que além de ter um retorno maior na produção, conseguimos gerar emprego para a juventude assentada. Isso exige capacitação e nossa juventude está sendo capacitada para que continue a tocar a cooperativa. Também construímos 15 casas em agrovilas justamente para atender a juventude camponesa”, conta Dirlete.

Há 58 hectares de área comunitária dentro do assentamento, com 120 vacas Jersey que passam por melhoramento genético através de inseminação. A produção de leite, que já atende a população local, dará um salto significativo. Chegará a 90 mil litros de leite ao dia, que serão processados e fornecidos para o mercado local e para outros estados do Brasil.

“Nós temos um mercado local que equivale a 1 milhão e meio de habitantes em um raio que vai de Arapongas até Maringá. Também já produzimos para atender o mercado institucional, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, explica Dirlete.

Com a agroindústria, as famílias agregaram valor ao leite tirado das vacas e tiveram uma significativa ampliação da renda. “Conseguimos aumentar em R$ 0,12 o preço do litro de leite que nunca passava dos R$ 0,70 quando vendíamos sem a cooperativa. Com o aumento da produção, através da agroindustrialização, o retorno para as famílias assentadas será muito maior e sem atravessadores”, conta a presidente da cooperativa.

A história da Copran não se iniciou a partir da produção de laticínios. Segundo Dirlete, o processo, que hoje resulta na conquista da agroindústria, começou há 16 anos. A Copran foi fundada em 1997, no município de Tamara, no norte do Paraná, mas com a instituição do assentamento Dorcelina Folador, teve sua sede transferida.

“Em um primeiro momento, nós investimos na produção de frutas e verduras. Com o processo organizativo dentro do MST, decidimos estruturar nossa cooperativa para a comercialização de leite para outras indústrias de laticínios”, diz Dirlete.

“A diferença é que agora nós temos a nossa própria indústria e a nossa meta é que consigamos reverter toda a nossa capacidade produtiva para a oferta de leite a pasto sem insumos, de forma agroecológica, onde respeitamos o rebrotamento do capim e da grama para daí tirar a alimentação da vaca leiteira”, explica a assentada.

A Copran ainda dispõe de um Centro de Formação e Produção, que difunde a tecnologia empregada nas atividades de bovinocultura de leite, produção de hortaliças (horta mandala), unidade de produção e maturação de bananas. Os principais beneficiados do Centro de Formação são os filhos dos assentados que são capacitados para que possam tirar da cooperativa o seu sustento.