Copran, da ocupação do latifúndio à inauguração da agroindústria

 

Da Página do MST

 

A estrutura da agroindústria Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), que será inaugurada pela presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (4/2), atenderá diretamente 4 mil famílias assentadas e pequenos produtores de Arapongas, Apucarana, Londrina e Maringá, abrangendo um raio de 150 quilômetros.

 

Da Página do MST

 

A estrutura da agroindústria Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), que será inaugurada pela presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (4/2), atenderá diretamente 4 mil famílias assentadas e pequenos produtores de Arapongas, Apucarana, Londrina e Maringá, abrangendo um raio de 150 quilômetros.

A agroindústria começa com a produção de 10 mil litros de leite por dia. O potencial das instalações é de 90 mil litros de leite por dia, que deve ser alcançada em um ano. Essa produção será transformada em derivados de leite, como queijo mussarela, ricota, requeijão, leite pasteurizado, bebida láctea, iogurte, manteiga e doce de leite.

Os produtos serão vendidos com a marca Campo Vivo, na rede de comercialização das cooperativas da Reforma Agrária, juntamente com outros produtos, como lácteos, chás, erva mate, arroz, compotas, café, entre outros, que já são beneficiados por cooperativas do MST.

Atualmente, o MST no Paraná possui 18 cooperativas que formam a Rede de Cooperativas da Reforma Agrária do estado, que s formam a Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA), tendo como objetivo melhorar as condições do trabalho no campo, com geração de renda as famílias assentadas, garantindo e oferecendo alimentos de qualidade a sociedade.

História

A Copran é uma cooperativa de assentados da Reforma Agrária, fundada em 1997 no município de Tamarana, no Norte do Paraná. Atualmente, a sede fica em Arapongas, o Assentamento Dorcelina Folador, abrange 10 municípios.

A cooperativa tem como expressão maior o fortalecimento da Agricultura Camponesa, por meio do esforço coletivo em um processo de cooperação de seus associados. A cooperativa dispõe aos seus cooperados a difusão de tecnologia de produção por meio de um Centro de Formação e Produção, desenvolvendo atividades como bovinocultura de leite, produção de hortaliças (horta mandala), unidade de produção e maturação de bananas.

As técnicas a serem difundidas aplica-se a realidade das famílias. Os cooperados estão organizados em linhas de produção e, seus produtos, são beneficiados, industrializados e entregue para programas institucionais (Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar- PNAE), e mercado convencional que é o caso das frutas, verduras, leite, iogurte, bebida láctea e queijos.

Assentamento

Localizado na região norte do Paraná, no município de Arapongas, o assentamento Dorcelina Folador com área total de 756 hectares, possui 93 famílias assentadas, perfazendo um total médio de 600 pessoas entre jovens, crianças e adultos, sendo esta a maior comunidade rural do município.

O município de Arapongas possui uma população média de 100 mil habitantes, sendo destes apenas 5% estão nas áreas rurais, e tem como carro forte a indústria moveleira que atende a todo o Brasil. No inicio a organização da área era feita através dos núcleos de 10 famílias que se reuniam a cada 15 dias nas casas, a família recebia todo o núcleo onde preparava café, chimarrão, bolo e mandioca frita, enquanto confraternizavam traçavam planos para o futuro do assentamento.

Após 11 anos, o assentamento mantém a organização dos núcleos de famílias e trabalha na perspectiva dos setores, enfatizando a questão de gênero no setor produtivo. As casas estão construídas em linha de vila rural sendo que cada lote possui 2,5 alqueires ou seja seis hectares por família.

Com uma produção diversificada de alimentos, como: café, leite, vassoura, mandioca, milho, entre vários alimentos produzidos pelas famílias. Os Sem Terra ocuparam em 1999 a antiga fazenda São Carlos. Na época, os proprietários sofriam um processo que previa o confisco em leilão pelo Banco do Brasil, em troca de uma dívida de quase treze milhões de reais.

Assim, o MST organizou as famílias acampadas na região e decidiu participar do leilão, oferecendo e ocupando a áreas inicialmente com 20 famílias que foram prontamente despejadas pela polícia. O banco confiscou a fazenda, que passou a pertencer à União e ficou passível de reforma agrária.