Presidente nacional do Incra agenda audiência com movimentos no MA


 

Por Reynaldo Costa
Da Página do MST


 

Por Reynaldo Costa
Da Página do MST

 
Depois de 10 dias de muita mobilização na capital maranhense, representantes do MST, Moquibom (Movimento Quilombola da Baixada Orcidental Maranhense) e indígenas, organizados pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), conseguiram agendar audiência com o Presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda.

A audiência, exigida pelos movimentos participantes da jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, está marcada para o próximo dia 30/09, cuja principal pauta é o orçamento do órgão para os projetos de reforma agrária no Maranhão.

Na reunião estarão presentes a Fundação Nacional do Índio e Fundação Palmares. O superintendente do Incra no maranhão se comprometeu em criar uma equipe técnica para ir construindo junto aos movimentos a pauta de discussão. Até a audiência, reuniões técnicas entre Incra e movimentos serão realizadas.

Suspensão da ocupação

Os movimentos em manifestação desde segunda-feira (22/08) afirma que a ocupação está apenas sendo suspensa, e que a mesma retornará no dia da audiência com o Presidente Nacional do Órgão para pressionar, afim de que a pauta seja cumprida.

Luta conjunta

O apoio político recebido por diversas organizações foi fundamental para a realização destas manifestações. “O maior ganho político desta mobilização foi a possibilidade de aglutinação das diversas entidades e movimentos onde os trabalhadores se organizam” ressalta Jonas Borges da Direção do MST no Maranhão.

Aas manifestações em São Luis tiveram nas mesmas fileiras índios, quilombolas, sem terra e posseiros.

Além dos participantes da mobilização, a Jornada de Lutas no estado do Maranhão contou com grande participação de outras forças política, como: CSP-Conlutas, Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, MST, Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Quilombolas da Baixada (MOQUIBOM) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do apoioda da União por Moradia Popular, de organizações estudantis, de professores universitários e do jornal Vias de Fato. 

“O desafio a partir de agora é nos mantermos juntos num só projeto”, conclui Jonas Borges.
 
Enfrentamento conjunto ao latifúndio

O latifúndio segue matando no Maranhão. O Padre Inaldo Sarejo da CPT trouxe presente na assembléia de encerramento da jornada, nomes de diversas lideranças de trabalhadores rurais, quilombolas e indígenas assassinados nos últimos anos no estado.

Buscou nas plenárias palavras que descrevesse quantos despejos alguns assentamentos passaram até a conquista da terra.

Assim, gritando “quem não pode com a formiga não assanha o formigueiro!” e cantando a histórica música de enfrentamento dos posseiros a fazendeiros na década de 80 no Maranhão, “o risco que corre o pau corre o machado” foi que com muita indignação e com muita esperança a ocupação do Incra, em São Luis, se encerrou.

Afinando ainda o compromisso conjunto entre indígenas, quilombolas e sem terra em manter o enfrentamento ao latifúndio no estado do Maranhão.