Jovens e estudantes nas lutas populares

 

 

Da Página do MST

Conheça um pouco da trajetória da luta dos jovens e estudantes ao longo de nossa história moderna.
 

Em 1880 é criada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, com a participação de políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio. Este foi o primeiro movimento político nacional que contou com significativa participação dos estudantes organizados, entre eles Castro Alves e Rui Barbosa.

 

 

Da Página do MST

Conheça um pouco da trajetória da luta dos jovens e estudantes ao longo de nossa história moderna.
 

Em 1880 é criada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, com a participação de políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio. Este foi o primeiro movimento político nacional que contou com significativa participação dos estudantes organizados, entre eles Castro Alves e Rui Barbosa.

No início do século 20, na Argentina, surgiu um movimento de crítica à educação oferecida. Conhecido como “A Reforma de Córdoba de 1918”, que colocou na pauta de toda América Latina a ideia de superação dos modelos educacionais coloniais
das universidades.

Após a Reforma de Córdoba, outros países iniciaram processos semelhantes, como o Chile, Uruguai e Peru. Foi aprofundada a ideia de Universidade Popular no Peru, que deveria manter vínculos com a classe trabalhadora e defender a autonomia, a extensão
universitária, bolsas para estudantes pobres, a participação paritária nos órgãos universitários, a realização de concursos e a livre docência. Fundada pela federação dos estudantes, mais tarde a universidade recebeu a contribuição docente do revolucionário peruano José Carlos Mariátegui.

Em 1947, as lutas por questões de soberania nacional envolveram os estudantes brasileiros, como na campanha “O petróleo é nosso!”.

No ano de 1964, com o golpe militar brasileiro, a União Nacional dos Estudantes (UNE) é incendiada e, com a lei Suplicy de Lacerda, colocada na ilegalidade. Os estudantes responderam com coesão em inúmeras manifestações. Uma delas foi a greve que paralisou a USP em 1965, com mais de 7.000 estudantes. Em 1966, a UNE demarca oposição aos acordos estabelecidos na educação entre o Brasil e os EUA, o MEC-Usaid.

O ano de 1968 semeou o mundo de ideias e lutas libertárias. Trabalhadores e estudantes franceses se uniram em inúmeras ocupações e greves. O fenômeno deu luzes ao mundo em repercussões artísticas, anti-imperialistas, feministas. No Brasil,
em repressão, ocorrera o desmantelamento da UNE durante seu 30º Congresso em Ibiúna, realizado clandestinamente. Cerca de 1.000 estudantes foram surpreendidos pelas forças militares e detidos.

No dia 28 de março de 1968, o estudante Edson Luís foi assassinado durante uma manifestação contra o fechamento do restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. O Brasil assistiu cerca de 50 mil pessoas acompanhando o cortejo fúnebre em grande
revolta. No dia 26 de junho de 1968, os estudantes voltaram a protagonizar o que seria o maior ato popular contra a ditadura, a passeata dos 100 mil.

No começo dos anos 1980, o Brasil vive um momento de esperança, com o esperado esgotamento da ditadura militar. Em 1979, no Centro de Convenções da Bahia, o Movimento Estudantil marca o momento com a Reconstrução da UNE, no histórico 31º Congresso da entidade.

Em 1984 os estudantes mobilizam, junto com os milhares de trabalhadores brasileiros, as lutas pelas “Diretas Já!”

Em 1992 foi aprovada, no Congresso da UNE, a luta pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Na campanha “Fora Collor”, os estudantes “caras pintadas” marcaram a década com a derrubada do presidente.

O ano de 1999 foi marcado pelas lutas antineoliberais, em que jovens de diversos países se reuniram em Seatle (EUA) contra a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). As atividades se repetiram em outros países com estudantes, ambientalistas, religiosos progressistas e militantes de esquerda.

Em Salvador (BA), uma onda de protestos tornaram 2003 o ano da “revolta do buzu”, paralisando as ruas da cidade por diversos dias, com inúmeros confrontos policiais. Os protestos contra os aumentos nas tarifas dos transportes públicos levaram à criação do Movimento Passe Livre (MPL), em Florianópolis.

Em 2005, a juventude francesa demonstrou, nas ruas, radicalidade contra a precariedade a que estava submetida. No ano seguinte, derrotaram o plano do presidente Nicolas Sarkozy. A Lei do Contrato Primeiro Emprego permitia flexibilizar as condições de trabalho e previa demissões sem indenizações após dois anos de trabalho.

Um movimento de ocupações de reitorias se levanta em 2007, principalmente nas universidades públicas brasileiras. Entre as pautas, estava a retirada do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

O início de 2011 foi agitado novamente pelos protestos contra os aumentos das passagens no transporte público das capitais brasileiras. Em São Paulo, aconteceram sucessivos atos e confrontos com a polícia. No mundo, revoltas de grandes proporções
agitam o povo árabe, como na Tunísia e no Egito. Nestes países os estudantes foram os grandes catalisadores das revoltas populares.