Fórum Social Temático inicia destacando a agricultura familiar e o cooperativismo

 
 

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
 
 

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
 
A abertura do Fórum Social Temático, que está sendo realizado em Porto Alegre (RS), contou com personalidades importantes da esfera política, nesta terça-feira (24). E um tema se mostrou central: o cooperativismo e a agricultura familiar.
 
A começar pelo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, que destacou desde o início a nova política da instituição para o enfrentamento da fome no mundo: o incentivo às formas cooperativas de produção.
 
“Precisamos de outro modo de produzir alimentos, com menos insumos agrícolas, utilizar melhor os recursos hídricos. Encontrar forma de produção mais sustentáveis é uma bandeira da FAO”, destacou Graziano, ao lembrar que a entidade decretou o ano de 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo.
 
De maneira indireta, Graziano também criticou o modelo de produção do agronegócio, ao salientar que a “segurança alimentar foi capturada por um casino financeiro e passou a ser jogada pelo mercado em formas de commodities”.
 
Seguindo essa mesma linha, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), Sérgio Schneider, falou sobre a lógica da nova equação alimentar no mundo, com a produção de alimentos aumentando a cada ano e, contraditoriamente, o número de famintos é cada vez maior.
 
Os últimos dados das Organizações das Nações Unidas (Onu) apontam que 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome, sendo que o número de crianças que morre por ano devido a este problema ultrapassa a casa dos 5 milhões.
 
E os problemas relacionados a troca de alimentos tampouco diminui, segundo Schneider, pois o modelo do agronegócio não conseguiu promover a questão relacionada à soberania alimentar.
 
No entanto, acrescenta que “se a agricultura familiar for estimulada, apoiada com políticas públicas, é capaz de produzir alimentos, gerar excedentes e contribuir com o problema da fome e miséria”.
 
Graziano ainda colocou que a FAO precisa mais do sistema de cooperativas do que o inverso, para que os objetivos da entidade sejam alcançados.
 
Como exemplo, citou o caso da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (COCEARGS), organizada pelo MST, ao destacar a importância desse instrumento na organização da produção e comercialização dos produtos.