Desafios do trabalho no campo


O que significa essa história de trabalho e renda? Normalmente, as duas coisas aparecem ligadas. O trabalho é uma necessidade para cada um ter a renda, ter o próprio dinheiro e independência financeira.

Aí é possível fazer as coisas sem ter que pedir dinheiro para o pai, mãe, amigo ou parente e, assim, sair da situação de dependência, construir a própria vida e até ajudar a família.

O que significa essa história de trabalho e renda? Normalmente, as duas coisas aparecem ligadas. O trabalho é uma necessidade para cada um ter a renda, ter o próprio dinheiro e independência financeira.

Aí é possível fazer as coisas sem ter que pedir dinheiro para o pai, mãe, amigo ou parente e, assim, sair da situação de dependência, construir a própria vida e até ajudar a família.

Mas o trabalho também significa aprendizado e crescimento, pois requer conhecimento para exercer a atividade e contribui para a sociedade. O trabalho pode ser realização pessoal e coletiva, ao fazer algo que gostamos e que consideramos importante.

E qual a diferença entre trabalho e emprego?

O próprio nome já diz: emprego vem de empregado, ou seja, trabalhar para outra pessoa ou empresa e receber um salário por isso. No emprego, a produção é para o patrão – seja ele quem for.

No trabalho, a produção é para si próprio e para a coletividade. É aquela expressão “trabalhar por conta”. É trabalhar com o que diz respeito à coletividade da qual fazemos parte, como no lote, na escola ou na nossa cooperativa.

Queremos ter uma renda própria, pois na sociedade em que vivemos precisamos de dinheiro para viver.

Mas o que queremos para ter nossa renda, um trabalho ou um emprego? E quais são as possibilidades de trabalho que temos nos nossos assentamentos?

Muita gente acha que a cidade é a alternativa para conseguir melhores condições de vida. Mas a cidade pode oferecer, no máximo, um emprego. Uma situação em que é possível ter uma renda, mas continuar dependente. Não da família, mas do patrão.
Muitos são os que voltam das grandes cidades desiludidos com as falsas promessas.

O retorno é marcado pelas falsas expectativas com a sociedade de consumo e o desencanto com a experiência de privação, carência, violência e, principalmente, com saudades da vida familiar e dos amigos do assentamento.

No entanto, o trabalho na agricultura não é o único possível no assentamento. Na verdade, é necessário para o assentamento desenvolver outros espaços de trabalho, para suprir todas as necessidades do conjunto.

Por exemplo: a escola é um espaço que atende a necessidade de educação. As agroindústrias suprem a necessidade do beneficiamento da produção e podem gerar uma série de possibilidades diferentes de trabalho. Assim é com a saúde, o transporte, o lazer…

Quais os tipos de trabalho possíveis no assentamento, para além do trabalho na roça?
As demandas dos jovens por trabalho abrem possibilidades de desenvolvimento do assentamento, de inovação, de potencializar recursos e renovar as concepções. A responsabilidade de construir os assentamentos é dos assentados e suas famílias.
O que podemos encontrar no campo, que a cidade não pode nos oferecer?

O desenvolvimento das áreas de Reforma Agrária pode proporcionar melhores possibilidades de trabalho, dependendo das conquistas. Por isso, a luta por crédito, por educação, por capacitação técnica, pela implantação de agroindústrias, de escolas, de postos de saúde, de áreas de lazer e esporte, de espaços de desenvolver nossa cultura e nossa comunicação, é também a nossa luta por trabalho.

Como geração herdeira de luta pela terra, somos também a geração que vai, por meio do nosso trabalho, construir o futuro do assentamento.