Cerca de 1800 famílias no RN montam acampamento em área do DNOCS


Por Hildebrando Silva de Andrade
Da Página do MST


Cerca de 1800 famílias do MST do acampamento Edivan Pinto, na Chapada do Apodi - região oeste do Rio Grande do Norte -, receberam na manhã desta terça-feira (13) a visita dos delegados da ASA Potiguar, que foram prestar solidariedade a luta pela Reforma Agrária.

O acampamento está organizado numa área de 13.850 hectares, desapropriada por um decreto presidencial e passada ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs),


Por Hildebrando Silva de Andrade
Da Página do MST

Cerca de 1800 famílias do MST do acampamento Edivan Pinto, na Chapada do Apodi – região oeste do Rio Grande do Norte -, receberam na manhã desta terça-feira (13) a visita dos delegados da ASA Potiguar, que foram prestar solidariedade a luta pela Reforma Agrária.

O acampamento está organizado numa área de 13.850 hectares, desapropriada por um decreto presidencial e passada ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs),

O projeto do DNOCS consiste em desocupar as áreas dos trabalhadores rurais que produzem para a agricultura familiar, passando a administração desta área para cinco empresas do agronegócio.

As famílias buscam o direito de poder cultivar na terra, já que muitas já trabalhavam na propriedade antes desta decisão. Elas estão acampadas desde 24 de julho deste ano, quando o MST e outras organizações do campo da região organizaram as famílias para ocupar a área.

A luta pela Reforma Agrária na região sempre sofreu um forte ataque do agronegócio. Por isso, diversas organizações sociais, como a própria ASA, resolveram se solidarizar e se somar com a luta.

Além do próprio apoio, um dos principais objetivos da visita é contribuir na massificação do acampamento para até o final dessa semana tenha duas mil famílias acampadas. O apoio da igreja católica também está sendo uma forte aliada neste processo de luta.

As famílias já estão sendo cadastradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e esperam por uma posição do governo federal sobre o andamento do processo em relação aos direitos dos trabalhadores nesta área.

Em benefício do agronegócio

Desde o ano de 2011, terras da Chapada do Apodi estão sendo desapropriadas para a construção do Perímetro Irrigado. Centenas de famílias estão sendo expulsas de suas terras para dar lugar a um projeto que, na visão dos trabalhadores, vai destruir as comunidades camponesas e todo o trabalho de agricultura familiar desenvolvido na região.

A intenção do projeto, segundo as organizações, é levantar as atividades do agronegócio na região. Porém, este modelo acaba por expulsar um grande número de famílias do local, deixando-os sem perspectiva para onde ir e retirando o direito de poderem produzir seus alimentos.

O “projeto da morte”, como é chamado pelos moradores, está avaliado em mais de R$ 200 milhões, e as organizações denunciam que todo esse recurso está sendo investido para que seja aplicada grandes quantidades de agrotóxicos, degradado o meio ambiente e acabando com os direitos humanos. E os únicos beneficiados, segundo eles, seriam os grandes latifundiários da região, os políticos e técnicos do DNOCS.