Cadê a reforma agrária?

A Reforma Agrária não apareceu entre as prioridades do governo apresentadas na mensagem anual do Presidente da República, lida durante a abertura da sessão legislativa do Congresso Nacional, no dia 17 de fevereiro de 2004.

Vale ressaltar que em 2 de julho de 2002, Lula, então, em campanha para a presidência afirmou que “Se eu puder fazer apenas uma reforma, farei a reforma agrária”. E, há uma semana, em 12 de fevereiro, o Ministro do Desenvolvimeto Agrário, Miguel Rossetto, afirmou, em audiência com integrantes do MST, que “o governo elegeu o Plano Nacional de Reforma Agrária como uma de suas ações prioritárias em 2004 e como uma de suas principais políticas de desenvolvimento econômico e social”.

Na mensagem anual, o governo assume o compromisso de encaminhar até 2006 as reformas do judiciário, política, sindical e trabalhista. Resalta, entretanto, que a geração de emprego e os investimentos na área social e de infra-estrutura sãoprioridade.

O MST defende há anos que a Reforma Agrária é uma das maneira mais eficientes e baratas e gerar trabalho, renda e desenvolvimento econômico. Em campanha, o governo Lula prometeu gerar 10 milhões de empregos. “Só o cumprimento do Plano Nacional de Reforma Agrária proposto pelo governo (que está bem aquém das expectativas dos movimentos) poderá gerar 2,5 milhões de empregos”. A afirmação é de Ariovaldo Umbelino, doutor em geografia e professor da Universidade de São Paulo (USP). Ele explica que “os números mostram que a Reforma Agrária é uma solução para o desemprego no Brasil”.