6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária em Santa Catarina

Atividades promoveram debates, exibição de filmes, lançamento de livro e tem continuação em maio

 

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JURA em Santa Catarina contou com ampla participação da comunidade acadêmica. Fotos: Coletivo de Comunicação MST em Santa Catarina

 

Por Coletivo de Comunicação MST em Santa Catarina
Da Página do MST

Neste 17 de abril, a VI Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária em Santa Catarina (JURA/SC) realizou uma atividade contra a impunidade do massacre do Eldorado dos Carajás. A atividade desta quarta-feira correspondeu ao lançamento da JURA/SC, construída em conjunto com universidades e a Via Campesina.
 

O ato contou com ampla participação da comunidade acadêmica, que pôde participar de atividades como feira da reforma agrária, teatro, exibição do documentário “A Luta é pra valer”, lançamento o livro “Sem Terra em cartaz” e do debate “Educação e Reforma Agrária em tempos de resistência”.
 

Durante a tarde, o grupo de teatro político Madalenas, em cortejo, anunciou a abertura da JURA/SC com o trecho da poesia de Pedro Tierra, “a liberdade da terra não é assunto de lavradores/ a liberdade da terra é assunto de todos quantos se alimentam dos frutos da terra”.
 

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to foi construído em conjunto com
universidades, MST e a Via Campesina

Na sequência, o diálogo se deu a partir da exibição do filme “A luta pra valer”, que o diretor Dan Ferreira, que afirmou: “A narrativa documentário é do Movimento, é dos sujeitos que estão ali no filme […]. E tem proposta de ser mais didático, de formação pra quem está de fora do MST ou pra quem está chegando no MST”.
 

No início da noite, o lançamento do livro “Sem Terra em cartaz” se deu em meio a feira com produtos da reforma agrária. Carlos Bellé, da editora Expressão Popular, comentou do papel deste livro no atual contexto político. “Que essa publicação nos faça (re)lembrar nossa história e nos motive a continuar a escrevê-la, pois adiante temos nossas páginas em branco pela justiça social. É muito simbólico é ter livros e alimentos produtos da reforma agrária neste espaço universitário”.

O debate de encerramento do ato se deu em torno do tema Educação e Reforma Agrária em tempos de resistência. Vilson Santin, da direção do MST em Santa Catarina, destacou os desafios da conjuntura agrária no país e reforçou que a pauta da luta pela terra deve estar unificada à toda classe trabalhadora.

“É uma fase de retrocessos, com plano de destruir tudo o que a gente construiu nessa história, inclusive a nossa constituição, para depois colocar em marcha o plano do entreguismo para o capital estrangeiro. Temos de nos unificar com a classe trabalhadora, por isso que pautamos Lula Livre, contra a Reforma da Previdência”, afirmou Santin.
 

A professora Célia Vendramini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), contribuiu com o debate falando da posição do agronegócio em contraposição à agroecologia: “O agronegócio quando emprega são poucos trabalhadores e em situações muito precárias, análogas ao trabalho e escravo. A reforma agrária não se limita à distribuição de terra”.
 

Vendramini falou também sobre os modelos de educação. “Em geral, a educação de hoje é feita para conter a revolta sobre as desigualdades vivenciadas no campo. Já as experiências de educação que o MST tem construído no campo são inovadoras, tem muito a nos ensinar”.

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“JURA se tornou um espaço de articulação
de grupos de estudo, pesquisa e extensão”

De acordo com Sandra Dalmagro, professora da UFSC, a JURA é de urgente. “A questão da concentração terra é estruturante da sociedade brasileira, por isso é fundamental manter este debate atual. A JURA se tornou um espaço de articulação de grupos de estudo, pesquisa e extensão da Universidade, evidenciando os estudos contra hegemônicos na questão da terra, educação pública e educação do campo e agroecologia”

A programação da JURA em Florianópolis terá continuidade entre os dias 21 e 23 em maio, simultaneamente na UFSC, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e em outras regiões do estado. A programação contará com exibição de filmes, debates, oficinas, feira de produtos da Reforma Agrária e o lançamento da Campanha em Defesa das Escolas do Campo “Escola é vida na Comunidade”.

Editado por Fernanda Alcântara